Como identificar se estou sofrendo burnout?
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  • 30/07/2024

Como identificar se estou sofrendo burnout?

  • Tempo de Leitura: 07 Minutos
  • 30/07/2024

A síndrome de burnout (do inglês to burn out, queimar por completo) é uma condição de esgotamento extremo relacionado ao trabalho que está se tornando cada vez mais comum entre trabalhadores de diversos setores.

O ambiente de trabalho pode ser uma fonte de realização profissional, mas também de estresse e exaustão. Entender os sintomas de burnout é um passo importante na jornada de um colaborador, especialmente em um país como o Brasil.

Cerca de 32% da população economicamente ativa do nosso país sofre dessa condição, de acordo com a ISMA-BR (International Stress Management Association).

Desde 2021, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de estresse no trabalho. O que torna inevitável se perguntar: como identificar a síndrome de burnout?

Veja a seguir como saber se você, ou um colega de trabalho, está sofrendo de burnout, os estágios de evolução da síndrome e as formas de tratamento e prevenção. A hora de aprender como cuidar melhor da sua saúde mental é agora!

Vamos lá?

Como a síndrome de burnout é definida?

O burnout é oficialmente reconhecido como fenômeno ocupacional que influencia o estado de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2022.

Na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da OMS, a síndrome de burnout é uma condição resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi adequadamente gerenciado.

A condição é caracterizada por três dimensões:

  1. Sentimentos de esgotamento ou exaustão de energia;

  2. Aumento da distância mental do trabalho ou sentimentos de negativismo e cinismo em relação ao trabalho;

  3. Sensação de ineficácia e falta de realização pessoal.

A síndrome acontece em diversas carreiras e profissões, afetando tanto o bem-estar pessoal quanto a produtividade no trabalho.

De acordo com uma pesquisa realizada para a 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half, as três principais causas que levam os trabalhadores a sofrer de burnout são cargas de trabalho intensivas, falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e pressão para obter resultados.

Os estudos sobre a síndrome são relativamente recentes. O termo burnout foi reconhecido nesse contexto apenas em 1974, quando o psicólogo alemão Herbert Freudenberger observou os voluntários de uma clínica para viciados em Nova York ficarem esgotados devido ao trabalho em excesso — embora achassem o trabalho gratificante.

Freudenberger chamou essa condição de “burnout”, um termo que antes era usado para descrever os efeitos colaterais do uso pesado de drogas.

Quais são os principais sintomas para identificar burnout?

Sintomas Físicos

Os efeitos físicos da síndrome de burnout podem impactar drasticamente a qualidade de vida do indivíduo. Os mais comuns são:

  • Sensação de cansaço extremo e constante, que não se limita apenas ao ambiente de trabalho;

  • Distúrbios do sono, como insônia ou sono não reparador;

  • Dores musculares frequentes;

  • Dores de cabeça persistentes;

Falta de apetite ou comer de forma irregular.

Sintomas Emocionais

Os sintomas emocionais de burnout alteram a maneira como um indivíduo se relaciona com seu trabalho e colegas. Por exemplo:

  • Distanciamento mental do trabalho;

  • A pessoa pode começar a sentir um pessimismo crescente;

  • A ansiedade pode se manifestar como uma constante preocupação com o desempenho no trabalho ou com o futuro da carreira;

  • Alterações de humor, como irritabilidade e frustração frequentes;

  • A depressão pode levar a uma sensação de desesperança e falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas.

Outro sintoma emocional significativo é a despersonalização. Nesse estado, a pessoa manifesta cinismo e sarcasmo, afetando negativamente as relações profissionais e pessoais.

A despersonalização é uma forma de defesa psicológica que, apesar de proteger o indivíduo temporariamente do estresse, a longo prazo agrava o esgotamento emocional.

Sintomas Comportamentais

Os sintomas comportamentais de burnout são visíveis e podem impactar diretamente a produtividade e a convivência no ambiente de trabalho. Entre os sinais mais comuns estão:

  • A concentração torna-se um desafio. A fadiga mental leva a divagações constantes e dificuldade para concluir atividades;

  • Problemas de memória, como esquecer compromissos, prazos e informações importantes relacionadas ao trabalho;

  • Dificuldade para aprender novas habilidades ou a se adaptar a novas situações, agravando a sensação de incompetência;

  • Procrastinação e evitar responsabilidades podem ser reflexos do esgotamento mental;

  • Isolamento social no trabalho e na vida pessoal, sentindo-se incapaz de lidar com relacionamentos interpessoais;

  • Impulsividade em tomadas de decisão e/ou reações de forma exagerada a situações cotidianas;

Todos esses sintomas (físicos, emocionais e comportamentais), quando combinados, podem criar um ciclo vicioso que agrava ainda mais o estado de esgotamento e a incapacidade de lidar com as demandas do dia a dia.

identificando burnout no ambiente de trabalho

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de burnout é um processo feito por profissionais especializados em saúde mental, como psiquiatras e psicólogos, capazes de identificar o burnout e orientar o tratamento adequado para cada caso.

Uma ferramenta comumente utilizada por esses profissionais é o Maslach Burnout Inventory (MBI). O teste mede o esgotamento profissional avaliando exaustão emocional, realização profissional e despersonalização.

Reconhecer as pressões internas e externas vividas no ambiente de trabalho é fundamental para um diagnóstico preciso e aplicação de estratégias de tratamento de burnout eficazes.

Por isso, uma rede de apoio envolvendo familiares e amigos pode ajudar a pessoa a reconhecer os primeiros sinais de esgotamento e incentivá-la a buscar ajuda profissional o quanto antes.

12 Estágios da síndrome de burnout

Os estudos de Freudenberger, juntamente com a psicanalista Gail North, identificaram 12 estágios na evolução da síndrome de burnout.

Importante ressaltar que não se trata de fases da síndrome vividas por todo indivíduo que sofre de burnout. Ao contrário, são indicadores que podem variar em intensidade e ordem para cada pessoa.

No entanto, servem como sinais de alerta para buscar ajuda especializada e interromper o ciclo de esgotamento profissional antes que ele se agrave. Confira!

  • Estágio 1: Necessidade de aprovação

O primeiro estágio é marcado pela constante necessidade de mostrar mérito. O colaborador está sempre disposto a assumir mais responsabilidades.

  • Estágio 2: Trabalhar demais

Aqui, a pessoa tem dificuldade em se desligar do trabalho, investindo cada vez mais tempo e energia nas tarefas profissionais.

  • Estágio 3: Ignorar as necessidades pessoais

No terceiro estágio, há um descuido com as necessidades pessoais, como dormir pouco, fazer refeições inadequadas, exagerar no consumo de açúcar e negligenciar a vida social.

  • Estágio 4: Transferir os conflitos

A pessoa começa a ignorar problemas pessoais e profissionais, sentindo-se ameaçada, nervosa e em pânico.

  • Estágio 5: Revisão de valores

Os valores pessoais sofrem uma distorção; a família e os amigos são negligenciados, e o lazer perde importância, com o trabalho ocupando todo o espaço.

  • Estágio 6: Negação de problemas Neste estágio, a pessoa se torna intolerante e crítica em relação aos colegas, dificultando o contato social. Há um aumento do cinismo e da agressividade.

  • Estágio 7: Isolamento social A vida social praticamente desaparece, e o uso de álcool e drogas pode ser visto como uma forma de aliviar o estresse.

  • Estágio 8: Mudanças comportamentais Mudanças comportamentais são evidentes, e familiares e amigos começam a expressar preocupação com as atitudes da pessoa.

  • Estágio 9: Despersonalização A pessoa perde a capacidade de valorizar a si mesma e os outros, e suas próprias necessidades se tornam irreconhecíveis.

  • Estágio 10: Vazio interior Há uma sensação de vazio interior que leva a comportamentos autodestrutivos, como o uso excessivo de álcool e drogas.

  • Estágio 11: Depressão O indivíduo se sente perdido, inseguro e exausto, com uma visão pessimista do futuro.

  • Estágio 12: Esgotamento profissional Finalmente, ocorre um colapso mental e físico completo, exigindo intervenção imediata de um especialista.

burnout no trabalho

Quais são as principais formas de tratamento?

A síndrome de burnout pode ser revertida quando é identificada e tratada de maneira adequada. Um tratamento eficaz compreende a utilização combinada de psicoterapia, prática de atividades físicas e ajustes no estilo de vida.

Durante a psicoterapia, o indivíduo conhece técnicas para lidar com as tensões do ambiente de trabalho. Em certos casos, a utilização de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos pode se fazer necessária para controlar os sintomas emocionais mais intensos.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte gratuito para o tratamento da síndrome de burnout. Isso envolve desde o diagnóstico até o acompanhamento terapêutico e, se preciso, a administração de fármacos.

Além disso, em muitos casos, um afastamento temporário do trabalho é necessário para que a pessoa possa se recuperar completamente. O médico fornecerá um atestado para que o trabalhador se concentre no tratamento sem as pressões do ambiente de trabalho.

Caso o paciente não mantenha um acompanhamento constante para evitar recaídas, os sintomas podem piorar, resultando em completa falta de motivação, problemas gastrointestinais e, em situações mais graves, depressão.

É possível prevenir o burnout?

Prevenir o burnout é uma tarefa desafiadora, mas é possível! Esse processo envolve mudanças práticas e hábitos saudáveis, como:

  • Incluir exercícios e momentos de relaxamento na rotina semanal;

  • Manter contato com amigos e familiares;

  • Evitar substâncias que prejudicam a lucidez mental, como álcool e açúcar;

  • Estabelecer metas pessoais e profissionais pequenas;

  • Afastar-se de influências negativas;

  • Conversar sobre seus sentimentos com alguém em quem confie;

  • Evitar a automedicação;

  • Aproveitar os benefícios de saúde e bem-estar oferecidos pela empresa em que atua;

  • Utilizar o Canal de Denúncia confidencial da empresa para apontar práticas internas que promovem o burnout.

Há possibilidade de confundir burnout com outras doenças?

Sim, o burnout pode ser confundido com outras doenças, como transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e transtornos de adaptação.

Além disso, comorbidades físicas, como gastrite, dermatites, hipertensão e hipotireoidismo, podem influenciar os sintomas.

Um profissional da área da saúde mental devidamente treinado será capaz de distinguir e diagnosticar o burnout de forma adequada, levando em conta as características individuais de cada caso.

Qual é a diferença entre burnout e estresse?

Estresse é a resposta do corpo a situações desafiadoras, preparando-nos para enfrentá-las. Pode ocorrer tanto na vida pessoal quanto profissional e, normalmente, é aliviado com descanso ou solução dos problemas.

Burnout, por outro lado, é um esgotamento crônico relacionado ao trabalho. Ele acontece devido à exposição constante ao estresse, afetando gravemente a saúde mental e física, e pode impactar a vida pessoal se não for tratado.

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Conclusão

O diagnóstico de síndrome de burnout frequentemente relaciona o seu desenvolvimento a experiências como tratamento injusto no emprego, sobrecarga de tarefas, ausência de apoio dos gestores e conflito entre os valores pessoais e os valores da empresa.

Compreender como a síndrome de burnout é definida, identificar os sintomas físicos, emocionais e comportamentais, e saber como o diagnóstico é realizado são passos cruciais para buscar ajuda.

Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas de burnout, não hesite em procurar apoio profissional. Cuidar de si mesmo é o primeiro passo para uma vida mais saudável e equilibrada.

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