Discriminação de gênero no ambiente de trabalho
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  • 05/08/2024

Discriminação de gênero no ambiente de trabalho

  • Tempo de Leitura: 04 Minutos
  • 05/08/2024

Sexismo, machismo e misoginia são outros nomes para a discriminação de gênero: estes indicam os preconceitos e discriminações que existem no que se refere ao sexo e ao gênero na sociedade. A crença fundamental em jogo é a superioridade de um gênero em relação ao outro.

Historicamente, mulheres foram excluídas dos espaços públicos e do mundo do trabalho que não fosse o doméstico.

O século XX e XXI foram marcantes na modificação desse cenário, mas a entrada da mulher na vida pública e no trabalho foi marcada por diversos problemas, que têm efeitos até a atualidade.

A discriminação de gênero no ambiente de trabalho tem várias facetas, causas e consequências.

Neste artigo, vamos esclarecer importantes aspectos a discriminação de gênero, como isto afeta o mundo do trabalho, e o que as empresas podem fazer para abordar o problema.

Boa leitura!

O que é discriminação de gênero no ambiente de trabalho?

A discriminação de gênero no ambiente de trabalho é qualquer atitude (palavras, gestos, comportamentos) que expressa a crença de que um sexo é superior ao outro.

Em nossa sociedade, as mulheres foram e continuam sendo marcadas por diversos estigmas e, bem como em qualquer tipo de preconceito, são estereotipadas e cobertas de expectativas.

Muitos desses estereótipos e expectativas são nocivos, principalmente no ambiente de trabalho.

Quando há discriminação de gênero no ambiente de trabalho, as mulheres são inferiorizadas e diminuídas em comparação com os homens, e isto se manifesta de diversas maneiras.

Como o preconceito de gênero se manifesta em um ambiente de trabalho?

  • diferenças salariais: mulheres brasileiras, em média, ganham cerca de 30% a menos que homens realizando o mesmo trabalho — nas mesmas funções em condições muito semelhantes.

Este é um dos maiores exemplos que temos de desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

Entende-se que este fenômeno advém dos preconceitos e estereótipos de gênero. No caso das diferenças salariais em um mesmo cargo ou função, implica-se que a mulher, por sua própria natureza, desempenha suas tarefas de forma inferior aos homens, ou é incapaz de certa maneira.

Por isso, paga-se menos a elas.

  • jornada dupla: a expectativa de que a mulher cumpra em grande medida o papel de cuidadora dos filhos e da casa faz com que as trabalhadoras enfrentem uma dupla jornada de trabalho — dentro de casa e dentro das empresas.

A jornada dupla é uma consequência do preconceito e impõe um fardo às mulheres no ambiente de trabalho.

  • progressão de carreira: em geral, as mulheres também costumam levar mais tempo para progredir na carreira3, e são sub-representadas em cargos de gestão.

  • assédio sexual: alguns autores² entendem que o assédio sexual é mais uma manifestação a discriminação de gênero no ambiente de trabalho.

Por ser uma conduta baseada no poder e geralmente afetar mulheres, parece ser uma forma de punição e perseguição das mulheres que adentram e florescem no ambiente de trabalho.

  • outros impedimentos: mulheres ainda podem ser excluídas de atividades e tarefas, e serem repetidamente preteridas para a realização de cursos e treinamentos em prol dos homens.
discriminação de gênero

Quais são as diferenças da licença-paternidade e da licença-maternidade?

A diferença entre as licenças parentais também são enfáticas e demonstram a grande diferença entre um gênero e outro no que tange a uma expectativa social.

Este é outro exemplo da desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

Hoje, a mulher tem o direito de tirar 6 meses de licença-maternidade (e possíveis extensões deste tempo, de acordo com a Lei 14.457/22). Os pais, por outro lado, só têm direito a 5 (também estabeleceu-se possível extensão desse período com a nova lei).

Mesmo com deveres iguais em relação ao cuidado dos filhos, pais e mães ainda são tratados de maneira diferente pelas licenças.

Como combater a desigualdade de gênero?

O combate à desigualdade de gênero no mercado de trabalho se faz principalmente pela educação e pela responsabilização.

Aqui estão algumas formas de implementar mudanças nas organizações com respeito à desigualdade de gênero no trabalho:

Realize uma análise do ambiente da empresa

Em primeiro lugar, estabeleça um ponto de partida: entenda em que momento a sua organização está em relação à luta pela maior igualdade entre os gêneros.

Entenda como as pessoas compreendem a questão, faça um levantamento sobre possíveis casos que tenham ocorrido, etc., para saber, posteriormente, quais estratégias aplicar.

Amplie os cargos de liderança femininos

Uma das primeiras ações a serem realizadas é o fomento e o incentivo às lideranças femininas na empresa.

Muito frequentemente uma empresa enrijecida em padrões antigos terão uma predominância masculina nos cargos de liderança.

Observe se é possível ajustar alguns pontos e permitir que as mulheres subam para posições mais dominantes, sem ferir oportunidades e a estrutura justamente estabelecida.

Ofereça recursos para cuidar da saúde emocional

Permitir o cuidado à saúde emocional é uma maneira direta e muito eficiente de abordar qualquer problema de discriminação e preconceito no trabalho.

Os Recursos Humanos/Gente e Gestão podem:

  • disponibilizar psicólogos para avaliar problemas dos trabalhadores e encaminhá-los para um cuidado especializado;

  • educar sobre saúde mental e os efeitos de discriminação e outros tipos de violência no trabalho sobre o bem-estar emocional;

  • auxiliar as outras estratégias de enfrentamento da discriminaçãode gênero no ambiente de trabalho.

Modifique a cultura organizacional

A cultura organizacional é a identidade de uma empresa: a forma que ela se relaciona com clientes e parceiros e, principalmente, como são conduzidas as questões internamente.

A maneira que as pessoas se tratam dentro dos locais de trabalho é em grande medida criada e mantida pela cultura organizacional — pelos valores que orientam a organização, pelas políticas internas, pelo Código de Conduta, etc.

Modificações finas em todos esses elementos podem levar a verdadeiras transformações na forma do tratamento entre colaboradores, entre gestores e trabalhadores, e assim por diante.

Foque em debates acerca da diversidade e valorização feminina

Para prevenir e combater a discriminação de gênero no ambiente de trabalho, treinamentos de sensibilização e conscientização são fundamentais.

A Lei 14.457/22, por exemplo, estabelece como medida para todas as empresas com CIPA a realização de treinamentos desse tipo para o combate ao assédio sexual.

Para combater a discriminação de gênero, não há diferença: é preciso levar as pessoas a realizarem as reflexões que levem à compreensão do problema, à maior abertura, e finalmente à integração dos novos valores ao comportamento.

Quer fazer uma denuncia?

Conclusão

A Constituição de 1988 garante direitos iguais para homens e mulheres, principalmente no mundo do trabalho.

Diversas políticas abordam o problema da discriminação de gênero no ambiente de trabalho, mas algumas negligências tornam-no persistente.

Organizações devem se esforçar para garantir a igualdade entre os gêneros na esfera laboral apostando em medidas eficazes contra o preconceito e a discriminação de mulheres.

Referências:

  1. Discriminação de gênero em grandes empresas no Brasil
  2. Assédio sexual no trabalho e discriminação de gênero:duas faces da mesma moeda?
  3. Diferenças de gênero no mercado de trabalho.
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