- 01/08/2024
O que é burnout e como afeta o desempenho no trabalho?
- Tempo de Leitura: 04 Minutos
- 01/08/2024
Exaustão emocional, sentir-se incapaz de realizar atividades rotineiras e desmotivação geral para o trabalho.
Já se sentiu assim?
Sintomas como esses podem ser consequências do estresse no trabalho.
Quando esse estresse atinge níveis elevados, por um longo período de tempo, temos a Síndrome do Burnout.
“Burn-out” ou “combustão completa” é o resultado do trabalho sob constante pressão, com um nível de responsabilidade extremo, esgotando o profissional de suas capacidades cognitivas, emocionais e físicas.
Leia o artigo completo e entenda o que é o burnout, quais são suas causas, suas manifestações e como as pessoas desenvolvem essa síndrome nas empresas.
Síndrome de burnout: o que é?
Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é o nome de um conjunto de sintomas como: exaustão, estresse e esgotamento físico e emocional, causado por situações de trabalho desgastantes, com alto nível de responsabilidade e de competitividade¹.
Em resumo, é o estresse crônico causado por excesso de trabalho.
Claro, o “excesso” não deve ser entendido apenas como volume de horas trabalhadas por dia ou por semana, mas pelo peso do trabalho de acordo com sua natureza ou com o ambiente onde é realizado.
Quando inventaram o termo, estavam se referindo à fadiga e exaustão laboral próprias de profissões específicas, como medicina, enfermagem, docência, bombeiros e policiais, jornalismo, etc¹.
Hoje a síndrome é compreendida como um tipo de adoecimento advindo de qualquer tipo de trabalho, por existirem condições (independentes de uma atividade profissional particular) que podem aumentar as chances do adoecimento.
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), portanto, classifica o burnout como um “Problema relacionado com a organização do modo de vida”.
Segundo pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), para o Português: Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse⁴:
Como o burnout afeta o desempenho no trabalho?
O termo burnout é um jargão inglês para indicar algo que não funciona mais por falta de energia; algo que ultrapassou seus limites de bom funcionamento.
O burnout afeta o desempenho no trabalho de diversas formas.
Irritabilidade, tensão, raiva, depressão, solidão, baixa energia, dores musculares e de cabeça e distúrbios do sono são algumas delas.
A forma de manifestação pode variar muito, a depender de doença mental preexistente, outro problema de saúde, e do estilo de vida e personalidade da pessoa.
Principais impactos na saúde física e mental
Dor de cabeça com frequência
A dor de cabeça frequente é um indicativo clássico de burnout.
Cortisol e adrenalina são hormônios liberados quando o organismo se encontra sob estresse. Já que elevam os batimentos cardíacos e a pressão arterial, levam à cefaleia (dor de cabeça) insistente.
Burnout e a irritabilidade
Comumente a irritabilidade é o início de diversas síndromes e transtornos mentais.
O constante estado de tensão e a sensação de ameaça disparam respostas de luta-ou-fuga no organismo, tornando a pessoa mais reativa, mais intolerante à frustração e, portanto, irritadiça.
A irritabilidade já é um sinal de sobrecarga, e aparece com toda força no burnout.
Cansaço excessivo
A fadiga é um pedido de “pausa” do corpo.
Sentir-se cansado mesmo após uma “boa” noite de sono (nem sempre um sono longo é um sono saudável), sensação de peso muscular, incapacidade de prestar atenção e tirar sonecas frequentes são sinais de um corpo que está sob algum tipo de estresse.
O cansaço excessivo é, dessa forma, um impacto bastante evidente do burnout na vida do indivíduo.
Lapsos de memória frequentes
O estresse crônico causa esgotamento das capacidades cognitivas. A percepção em geral, a atenção e a memória são afetados.
Esquecer-se com frequência do que ia fazer, perder da memória dados corriqueiros, dificuldade de encontrar palavras para assuntos cotidianos — da linguagem técnica da profissão, por exemplo — também é um sério impacto na saúde mental da pessoa que sofre com burnout.
Como é feito o tratamento?
O tratamento deve ser feito com psicoterapia, medicamentos e alteração dos hábitos de vida.
De qualquer maneira, é preciso entender quais são as causas específicas do burnout para cada pessoa.
Algumas pessoas têm a tendência de se cobrar em excesso, são mais perfeccionistas, têm uma ética de trabalho muito forte, e portanto estão em maior risco para adoecer de burnout.
Em outros casos, são os ambientes de trabalho com cobranças e pressão excessivas que forçam o colaborador a um modo de funcionamento extenuante.
Como o burnout se desenvolve dentro de uma empresa?
O burnout pode se desenvolver pela presença de:
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pressão constante: pelo próprio trabalho (profissões de salvamento, emergência médica, etc.), ou presença de lideranças tóxicas e má gestão de equipe.
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excesso/volume de trabalho: a carga de trabalho, seja em horas ou em dificuldade das tarefas, leva ao estresse crônico e à sobrecarga.
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competitividade: da mesma forma, ou pelo tipo de trabalho, ou pela imposição de uma competitividade artificial, injusta e desnecessária.
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contato com sofrimento: excesso de contato com o sofrimento humano ou animal em profissões de cuidado (medicina, enfermagem, psicologia, medicina veterinária) também é um fator de risco para desenvolver a síndrome.
Como é possível ajudar os colaboradores?
A conscientização sobre o problema é fundamental. A manifestação do burnout pode ser uma consequência do ambiente de trabalho e da negligência com a própria saúde mental.
Portanto, informar e treinar sobre a importância de se manter um bom clima organizacional e de cuidar da própria saúde é fundamental.
A empresa também pode apostar em comunicação transparente, que, de forma ampla, auxilia na detecção de problemas dessa natureza com velocidade.
Se o colaborador pode falar sobre sua situação de saúde, sobre seus sintomas e seus sofrimentos, e se há uma liderança atenta e bem treinada nesse sentido,
Conclusão
O burnout é uma síndrome multifacetada que pode atingir trabalhadores em decorrência do volume, tipo e situação de trabalho.
Predisposição ao adoecimento psíquico pode também ser um fator de risco, e os sintomas envolvem prejuízo cognitivo e emocional, sensação de exaustão e irritabilidade.
Pessoas workaholics e uma má gestão podem tornar um ambiente organizacional propício para o desenvolvimento de burnout e de outras síndromes e transtornos.
Portanto, toda atenção é necessária dentro de uma empresa para acolher e lidar com o burnout quando ele aparece.
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Referências: