Reconhecendo formas sutis de assédio no trabalho

O assédio no trabalho é um comportamento prejudicial que afeta tanto a saúde mental quanto a produtividade dos colaboradores. Embora muitas vezes seja reconhecido por ações explícitas, como agressões verbais ou físicas, ele também pode se manifestar de maneira disfarçada.

Pequenas ações repetitivas, como comentários depreciativos ou isolamento social, passam despercebidas, criando um ambiente de trabalho tóxico.

Essas formas sutis de assédio podem ser difíceis de identificar, deixando muitas vítimas confusas sobre se realmente estão sendo assediadas ou não. Por isso, no artigo de hoje, vamos ensinar como reconhecer esses comportamentos e quais passos seguir para relatar corretamente tais situações.

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Formas sutis de assédio no trabalho: 3 principais tipos

Para facilitar a compreensão do que é assédio no trabalho e suas variações (assédio moral, assédio moral organizacional e assédio sexual), listamos alguns exemplos de comportamentos. Confira!

Assédio moral

• Comentários repetidos e depreciativos sobre o desempenho ou habilidades de um colega com o objetivo de humilhá-lo;

• Exposição constante de um colaborador a situações vexatórias, como gritos e broncas em público;

• Um superior delega tarefas impossíveis ou inúteis a um subordinado, com o intuito de ridicularizá-lo;

Um subordinado espalha rumores negativos ou falsos sobre o chefe, com o objetivo de manchar sua reputação e autoridade.

Assédio moral organizacional

• A empresa impõe metas excessivas que não podem ser cumpridas, gerando um ambiente de pressão psicológica constante;

• A organização utiliza a ameaça de demissão como forma de manipular os colaboradores a aceitarem condições prejudiciais de trabalho;

• Designar sistematicamente tarefas excessivas a um colaborador sem oferecer os recursos ou tempo necessário para concluí-las adequadamente;

Mudanças constantes nas diretrizes e funções, que causam insegurança e estresse nos funcionários, afetando sua saúde mental e bem-estar.

Assédio sexual

• Um colega faz piadas ou comentários de teor sexual sobre a aparência de outro, causando desconforto;

• Um superior oferece promoções ou benefícios em troca de favores sexuais;

• Um colega toca outra pessoa de maneira imprópria ou sem consentimento, mesmo que sob o pretexto de brincadeira;

• Envio contínuo de mensagens de teor sexual, e-mails ou fotos inapropriadas a um colega, independentemente de haver uma relação hierárquica.

Como reconhecer assédio no ambiente de trabalho?

Reconhecer o assédio no ambiente de trabalho envolve estar atento ao próprio comportamento e às atitudes de colegas, líderes e liderados, como:

Ações repetitivas e excessos

O assédio moral se caracteriza pela repetição de comportamentos agressivos ou desrespeitosos. As atitudes são realizadas de maneira a desestabilizar a pessoa, causando estresse e insegurança.

Excluir colegas de atividades da equipe deliberadamente

O isolamento social também é uma forma de assédio moral, criando um ambiente de rejeição. Esse comportamento é uma maneira sutil, porém agressiva, de diminuir o valor do colaborador ou de determinado grupo perante os outros.

Forçar a realização de tarefas humilhantes

Esse tipo de atitude faz a pessoa se sentir desvalorizada e desmotivada, uma vez que a atividades não condiz com o cargo ou são claramente penalidades para desmoralizar o colaborador.

Comentários sobre vida pessoal de maneira frequente

Comentários sobre relações pessoais, hábitos fora do trabalho ou a aparência física de forma invasiva ou pejorativa, sem relevância para o contexto profissional, podem ser formas de constrangimento que impactam o bem-estar no ambiente de trabalho.

Interrupções

O assédio também pode se manifestar por meio de interrupções constantes em reuniões ou conversas, onde o colaborador é desautorizado a concluir seus pensamentos ou falar em ambientes coletivos.

O ato desrespeitoso é utilizado para desmerecer ou silenciar uma pessoa, reduzindo sua confiança e credibilidade perante os demais.

Boatos com finalidade de prejudicar a reputação

Espalhar rumores ou informações falsas sobre um colaborador, seja sobre sua vida pessoal ou profissional, com o intuito de arruinar sua imagem ou gerar conflitos no ambiente de trabalho, é uma forma grave de assédio.

Boatos podem prejudicar o relacionamento do colaborador com os demais e afetam diretamente sua carreira e a dinâmica da equipe de trabalho.

Comportamento passivo-agressivo

O comportamento passivo-agressivo é uma forma indireta de assédio. Expressões de sarcasmo, ironia e atitudes aparentemente “educadas”, mas com a intenção de inferiorizar ou desqualificar o colaborador, criam um ambiente hostil.

Frases como “você fez isso mesmo?” ou “só você poderia cometer esse erro” são exemplos de agressões disfarçadas de críticas sutis.

Forma correta de relatar assédio no ambiente de trabalho?

Para relatar corretamente o assédio no ambiente de trabalho, o primeiro passo é documentar todos os detalhes do ocorrido. É fundamental registrar datas, horários, locais, pessoas envolvidas e descrever a natureza do comportamento ofensivo.

Guardar evidências como e-mails, mensagens ou qualquer material que comprove o assédio fortalecerá a denúncia.

O próximo passo envolve entender as políticas internas da empresa. Muitas organizações possuem Códigos de Conduta e Políticas de Prevenção ao Assédio, além de Canal de Denúncia confidencial, exigidos por legislações como a Lei 14.457/22.

Caso a empresa tenha um Canal de Denúncia confidencial, é recomendável utilizá-lo para relatar o caso de forma segura e garantir o sigilo. Se a empresa não agir de forma adequada ou se houver receio de represálias, o colaborador pode buscar apoio jurídico com um advogado ou órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em situações mais graves, como assédio sexual, registrar um Boletim de Ocorrência na polícia também é uma opção.

**Acompanhar o andamento da denúncia **é importante para garantir que a investigação esteja progredindo de forma justa e eficiente. Se a resposta da empresa for insuficiente ou inadequada, o colaborador pode recorrer a sindicatos ou ao MPT para garantir que seus direitos sejam respeitados.

Por fim, procurar apoio psicológico para lidar com as consequências do assédio. O suporte de profissionais ou grupos de apoio pode ajudar o colaborador a superar o trauma e a enfrentar o processo de denúncia com mais segurança.

Conclusão

Atuar no combate às formas sutis de assédio no trabalho exige mais do que apenas consciência do que é violência no ambiente profissional.

A implementação de um Canal de Denúncias na empresa que seja confidencial, imparcial e sempre disponível é essencial para que as vítimas possam se manifestar sob proteção e a organização tome as providências necessárias, conforme a lei exige.

Não deixe que essas situações passem despercebidas! Utilize o Canal de Denúncias corporativo para denunciar práticas de assédio no trabalho e continue se informando pelo blog da Contato Seguro sobre mais formas de fortalecer a ética corporativa na sua organização.